A Encyclopedia Britannica (plataforma de conhecimento e educação do Reino Unido), por sua vez, defende que as verdadeiras origens do Dia da Mentira não são totalmente reconhecidas. Até porque, a data tem similaridades com festivais como a “Hilária”, da Roma Antiga, realizada em 25 de março, ou a celebração do “Holi”, na Índia, que termina em 31 de março, que podem tê-la influenciado, diz a fonte.
Ainda assim, acredita-se que o Dia da Mentira surgiu na França, quando parte da população se recusou a aceitar que o Ano Novo não começaria mais na Páscoa, mas sim em 1º de janeiro. Os que seguiram apegados aos antigos costumes foram chamados de “tolos de abril”, já que este é o mês onde a celebração católica acaba ocorrendo, afirma a Britannica. A alteração teria ocorrido a partir de agosto de 1564, quando foi promulgada pelo rei francês Carlos 4º.
Já no Brasil, no entanto, a tradição de pregar peças por conta do “Dia da Mentira” foi introduzida em 1828, afirma o site da agência governamental brasileira. A ideia de fazer uma brincadeira “mentirosa” foi do jornal impresso mineiro “A Mentira” que, segundo se conta, trouxe na primeira edição a morte de Dom Pedro 1º na capa, sendo publicado justamente em 1º de abril.
A verdade é que Dom Pedro 1º faleceu muitos anos depois, em 24 de setembro de 1834, em Portugal.
Há ainda uma crença de que o “Dia da Mentira” estaria ligado à chegada da primavera, durante o equinócio, que acontece em 21 de março no Hemisfério Norte. Isso porque a mudança na estação do ano pode “enganar” as pessoas, já que o clima deixa de ser frio gradualmente, com dias mais ou menos quentes, explica a plataforma inglesa.
Em todos os casos, no entanto, a ideia central do “Dia da Mentira” é fazer alguém de “bobo” contando algo que não é verdade. “Na França, por exemplo, a pessoa enganada é chamada de poisson d’avril (ou “peixe de abril”), em referência a um peixe jovem e, portanto, fácil de ser capturado”, explica a Britannica. No Brasil, com o advento da internet, se tornou comum enviar mensagens com brincadeiras a parentes e amigos, para depois dizer que a pessoa “caiu no 1º de abril”.