O que têm em comum: um pastor evangélico, um indígena puyanawa, um funcionário público, uma social mídia e o prefeito de Cruzeiro do Sul?
Respostas: a paixão por carros antigos!
Na noite deste sábado, 30, a Praça do Centro Cultural Orleir Cameli, em Cruzeiro do Sul, reuniu proprietários de carros antigos para expor seus veículos ao público em um encontro memorável. Com o apoio da Prefeitura Municipal, a cidade se transformou na capital do carro antigo no estado. O evento aconteceu após um feito épico: Os representantes do Clube do Fusca de Rio Branco vieram pela BR 364 para se reunir na capital do Juruá com os amantes do Fusca e de carros antigos em geral. O Prefeito Zequinha Lima, ele próprio também um apaixonado por carros antigos, fez questão de recepcionar os intrépidos motoristas do Clube do Fusca.
Nilson Pontes, funcionário público e representante do Clube do Fusca, expressou a paixão compartilhada por muitos: ” É uma paixão que move muitas pessoas, mundo afora, e não é diferente aqui. Tem pessoas apaixonadas por carro antigo”. Pontes destacou a resistência e o caráter lendário do Fusca, um ícone que atravessou gerações e continua a encantar os apaixonados por automóveis. Ele enfatizou a capacidade do Fusca em enfrentar longas jornadas, mesmo sendo um carro mais antigo.
“A gente gosta de fazer esses passeios para provar pra galera que o Fusca tá aí, não é um carrinho pra fazer viagens curtas, é um carrinho pra fazer viagem longa também, pra passear com a família, que aguenta, estando bem revisado e estando cuidado direitinho, ele vai pra qualquer lugar. Ou seja, deu para percorrer bem 640km no BR-364, a gente sabia que era um percurso que ia ter dificuldades, que a estrada não é tão boa, mas a gente veio preparado para isso e a gente saiu de Rio Branco às 4 da manhã e 8 da noite a gente já estava em Cruzeiro do Sul uma viagem supertranquila, foi show de bola, só diversão. Todos os Fusquinhas chegaram muito bem, a gente veio na comitiva de 5 Fuscas e todos aguentaram muito bem, foi sucesso. É a primeira vez que o Clube do Fusca faz um passeio para o Juruá. É um momento histórico para a gente. A gente já fez passeio para outros municípios, mas para cá a gente está fazendo história. O Clube do Fusca chegar aqui com cinco Fuscas para motivar ainda mais pessoas a entrarem nessa paixão” , destacou ele.
Antônio Francisco dos Santos Puyanawa, é “sou descendente de índio Puyanawa, sou agricultor, sou químico, sou botânico, sou mateiro e idoso. Quase uma década que eu venho cuidando dele já. Mas é quase como cuidar de menino, gasta mais do que menino, a gente tem cuidado nele que nem tem cuidado com a criança também. Já tive três Fuscas com esse. Esse veio de São Paulo, de um amigo lá de São Paulo. Botei na Cegonha e trouxe até Rio Branco, e de Rio Branco ele veio de estrada. É um fusquinha do meu tempo, do tempo da minha juventude. Não pretendo me desfazer dele”, pontua
Ludson Advíncula, pastor evangélico e proprietário de um Fusca, ressaltou a importância de passar essa paixão para as próximas gerações, preservando assim a história automobilística e os valores associados aos carros antigos.
“Eu amo o fusca desde a infância e só agora com 42 anos de idade foi que eu tive condições de comprar um. E a paixão vai passando de pai para filho, porque o João Guilherme, que é meu filho de 5 aninhos, ele é apaixonado pelo Fusca. Se eu falar em vender esse Fusca, ele fica bravo. Ou seja, esse amor também que você passou par o filho é uma forma de trazer um pouco da história automobilística, preservar um pouco dessa história também. É importante a gente passar nessa época que a gente vive hoje, passar as próximas gerações, as gerações que estão chegando, passar os valores, as coisas legais que nós já vivemos. Eu acredito que é uma maneira da gente preservar as coisas boas que a gente já viveu e que a gente ainda tem a oportunidade de desfrutar hoje”.
Juliana Guedes, jornalista e social media do governo do estado do Acre, expressou sua admiração pelo evento e enfatizou a importância de sair de casa para apreciar atividades culturais promovidas pela prefeitura. “Na verdade, é algo bem diferente e chama atenção da população. Eu amei”, relatou.
O prefeito Zequinha Lima também marcou presença, recepcionando os participantes e destacando a importância dos carros antigos na história e no desenvolvimento da cidade. Ele próprio é um entusiasta, mantendo um Jeep há mais de oito anos e valorizando a tradição automobilística local.
Com uma variedade de modelos expostos, desde Fuscas e Gurgels até Golfs e Jeeps, o encontro proporcionou uma viagem no tempo para os presentes, relembrando os primeiros veículos que chegaram à região e impulsionaram o crescimento econômico e social de Cruzeiro do Sul.
“Eu também tenho meu Jeep, há mais de oito anos. No dia em que a minha garagem não tiver nem um pingo de óleo lá é porque não tá normal. Esta exposição é maravilhosa e uma oportunidade para muitas pessoas que conservam seus carros antigos. Aqui você tem Fusca, Gurgel, você tem Gol, corcel. As pessoas procuram sempre manter a originalidade dos carros. E é bom porque as pessoas vêm aqui para recordar o passado. Se você for olhar a história dos primeiros carros que vieram aqui para Cruzeiro do Sul, foi a Rural, o Fusca e a Brasília. Os primeiros carros que chegaram aqui na praça eram a Brasília e Fusca. Foram carros que fizeram com que muitas pessoas pudessem começar a sua vida profissional, empresarial, do momento que você adquiriu uma Brasília que foi para a praça, que você adquiriu um Fusca que foi fazer um trabalho e depois você foi crescendo. Então muitos desses carros ainda mantém quase que todo o original porque as pessoas foram guardando, foram encostando e vai aparecendo aqueles colecionadores que gostam de ter esse tipo de carro. Então a cidade está de parabéns porque a gente tem um número grande de pessoas que gostam desse tipo de esporte, gostam de conservar esses carros nas suas garagens”, pontuou o prefeito Zequinha Lima.
