Apesar das limitações para o envio de fertilizantes, a Rússia não suspendeu a entrega do produto para o Brasil, de acordo com o Ministério da Agricultura.
Como consequência da guerra, no entanto, há dificuldades de transporte e pagamento dos produtos, já que os bancos russos foram excluídos do Swift, o principal sistema de finanças mundial.
Mesmo assim, um navio da empresa russa Acron, com nova carga de fertilizantes, foi enviado para o Brasil, na última sexta-feira (4), de acordo com a pasta.
Questionado sobre a quantidade de fertilizante embarcada, o Ministério da Agricultura não respondeu.
Para o governo, este embarque ilustra que, apesar da dificuldade da saída de navios da Rússia, a venda de fertilizantes não está suspensa.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil afirma que apesar de não ter ocorrido a suspensão, o cenário é preocupante. Para a entidade, o país acerta ao estreitar contato com o Canadá, onde também há produção de fertilizantes. “Não temos nenhuma informação de sanções aplicadas pela Rússia ao Brasil, principalmente em relação aos fertilizantes. Porém, o cenário de guerra é imprevisível. A iniciativa da ministra Tereza Cristina em buscar ampliar e diversificar os fornecedores de fertilizantes é a mais recomendável nesse momento”, afirmou à CNN Bruno Lucchi, o diretor técnico da CNA.
Expectativa
A Rússia é um dos principais fabricantes mundiais de fertilizantes. Cerca de 25% das importações brasileiras do produto vêm do país.
Há expectativa no setor de que o governo Putin publique uma nova lista, nesta quinta-feira (10), com o nome dos países que tiveram a comercialização de fertilizantes interrompida.
Segundo fontes ouvidas pela CNN, o governo acredita que mais uma vez o Brasil não irá figurar nesta lista.