Os advogados do homem condenado haviam pedido à Justiça que interrompesse a execução com base no fato de que um psiquiatra que testemunhou no julgamento foi desacreditado.
Está marcada para esta quinta-feira (9) a execução de Brent Brewer, de 53 anos, que foi condenenado à morte por ter cometido latrocínio há 30 anos no estado do Texas, nos Estados Unidos.
Os advogados afirmam que a pena foi decidida com base em um testemunho psiquiátrico desqualificado.
A execução de Brent Brewer, de 53 anos, deve ocorrer na Penitenciária Estadual do Texas, na cidade de Huntsville.
De acordo com a decisão da Justiça, em 1990, Robert Laminack, um homem de 66 anos, estava levando Brent, então com 19 anos, e a namorada dele, Krystie Lynn Nystrom, para uma loja do Exército da Salvação. Brent roubou US$ 140 dólares de Robert e o matou.
O julgamento aconteceu em 1991. A namorada de Brent foi condenada à prisão perpétua.
Em 2023, foram realizadas 20 execuções nos EUA, seis delas no Texas. A pena de morte foi abolida em 23 estados americanos, enquanto outros três – Califórnia, Oregon e Pensilvânia – mantêm uma moratória sobre seu uso.
Pedido de indulto
Esta semana, Brewer solicitou à Junta de Indultos e Liberdade Condicional do Texas a suspensão da execução, mas o pedido foi negado. Uma petição apresentada à Corte de Apelações Criminais do Texas (CCA) também foi rejeitada.
Os advogados de Brewer haviam pedido à CCA que interrompesse a execução com base no fato de que um psiquiatra que testemunhou no julgamento, Richard Coons, foi desacreditado.
Shawn Nolan, advogado do réu, se queixou esta semana de que a execução de seu cliente será permitida “sem a oportunidade de questionar o depoimento falso e pouco científico do Dr. Coons”. O Texas “reconheceu que o depoimento nunca deveria ter sido admitido, e as décadas de comportamento pacífico de Brent no corredor da morte confirmam que era totalmente infundado”.
A defesa solicitou à Suprema Corte que suspenda a execução e aguardava um pronunciamento nesta quinta-feira.
A sentença imposta a Brewer em 1991 foi revista em 2009, e um júri o condenou à morte mais uma vez com base no depoimento pericial de Coons, que nunca entrevistou Brewer, mas disse que ele “não tinha consciência” e cometeria atos violentos no futuro. Em um caso posterior, concluiu-se que Coons carecia de fundamentação científica para embasar suas opiniões.
Os advogados também pediram clemência, alegando que um membro do júri em seu julgamento da sentença de 2009 admitiu ter interpretado erroneamente as instruções. A pena de morte requer o voto unânime do júri.
Brewer pediu desculpas à família de sua vítima. “Lamento o que fiz, mesmo que isso não mude o resultado, pelo menos eles poderão ouvir antes de eu partir”.