Cruzeiro do Sul, Acre 28 de novembro de 2024 22:15

Fazenda Esperança acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade e pede ajuda da sociedade

A Fazenda Esperança, que tem como principal objetivo ajudar dependentes químicos na luta contra o vício, existe em todo território brasileiro, e em mais 20 países. Lene Silva é a responsável pela Fazenda Esperança na Região Norte.

“A Fazenda Esperança é uma obra social sem fins lucrativos. Com 38 anos desde seu nascimento, são 160 fazendas espalhadas pelo mundo. Estamos presentes em 24 países, trabalhando em vários departamentos. Aqui em Cruzeiro do Sul temos essa unidade feminina, uma masculina em Sena Madureira, e outra em Mâncio Lima”, relata Lene.

Esse é um trabalho totalmente voluntário de grande importância para a sociedade, principalmente para quem é beneficiado. Os três pilares da Fazenda Esperança são: trabalho, convivência e espiritualidade. Pilares que, por sua vez, auxiliam mulheres dependentes químicas que buscam um futuro diferente e precisam de apoio, abrigo e esperança de dias melhores. No entanto, esse trabalho social precisa ser abraçado pela sociedade.

“Precisamos do apoio da comunidade, da sociedade civil, da igreja que já nos ajuda muito. Somos voluntários, estamos com as meninas 24h. Precisamos de uma equipe que nos ajude. Muitas vezes precisamos de um médico, de um psicólogo, de um cardiologista ou de psiquiatra, e não temos. Temos crianças que vêm com suas mães, e também precisam de ajuda”, explica a responsável do local.

O objetivo é que a fazenda se torne auto-sustentável. Para isso acontecer, as sete mulheres que moram no local precisam de cursos profissionalizantes nas mais diversas áreas, e também de material para iniciar o trabalho. No local existe maquinário para uma padaria, mas para suprir a falta de um profissional que ajude na capacitação, e também na obtenção de produtos para dar início ao trabalho, uma parceria com empresários locais se faz necessária.

“Aqui vivemos porque temos ajuda dos voluntários, mas, no geral, é muito difícil, pois não temos uma renda da casa que seja fruto do nosso trabalho. Primeiro porque as pessoas que aqui chegam são pessoas muito debilitadas por conta do uso de substâncias. Sem contar nas crianças que as mães trazem. Muitas possuem de dois a quatro filhos. Imagine, como a pessoa poderá trabalhar e realizar as atividades tendo que dar atenção a essas crianças? E, infelizmente não temos aqui um local adequado para acolher as crianças“, desabafa Lene.

Foto: Reprodução

A equipe de voluntários que realiza os trabalhos necessários da Fazenda Esperança ainda é pequena, e precisa de mais pessoas. Assim explica Beatriz Cameli, presidente da Fazenda Esperança Feminina de Cruzeiro do Sul:

“Somos muitas voluntárias nessa casa, mas isso não é suficiente. Nós queremos que a sociedade cruzeirense se envolva nesta obra de recuperar mulheres que estão em situação de risco social, assim como seus filhos. Elas chegam aqui com crianças de até 8 anos, algumas trazem até 5 filhos. Então, precisamos que voluntários venham aqui conhecer para ficar um dia ajudando na casa, quem sabe trazendo um lanche, um psicólogo, uma assistência social, pois estamos carente de profissionais”, finalizou a presidente, Beatriz Cameli.