Após dois dias de ataque que deixou 13 mortos em Jenin, na Cisjordânia ocupada, o exército de Israel anunciou nesta quarta-feira, 5, que encerrou a operação. “A operação está oficialmente concluída e os soldados deixaram a área de Jenin”, norte da Cisjordânia, declarou um porta-voz militar. As tropas começaram a deixar a região na terça-feira à noite. A incursão, a maior em vários anos neste território ocupado por Israel desde 1967, começou na segunda-feira, com a presença de centenas de soldados, drones e escavadeiras do exército. Doze palestinos e um soldado israelense faleceram durante o ataque ao campo de refugiados de Jenin, e 100 palestinos ficaram feridos, informou o ministério da Saúde da Autoridade Palestina. A cidade e seu campo de refugiados, reduto de grupos armados palestinos e onde moram 18.000 pessoas, são alvos frequentes de operações israelenses.
A operação provocou uma série de confrontos em Gaza, a partir de onde foram lançados cinco foguetes contra o território de Israel que foram interceptados pelas Forças Armadas, anunciou o exército nesta quarta-feira. Israel respondeu com bombardeios contra uma fábrica subterrânea do Hamas e uma unidade de produção de peças para foguetes, afirma um comunicado militar. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Jenin e seu campo de refugiados eram um “ninho de terroristas” e que o país fará o necessário para “erradicar o terrorismo”. A ministra palestina da Saúde, Mai al Kaila, afirmou que a operação israelense era uma “agressão que desafia as leis internacionais”.
Na terça-feira, um ataque realizado com um veículo deixou sete feridos em Tel Aviv, incluindo pessoas que estão hospitalizadas em estado grave. O motorista do carro era um “terrorista” residente na Cisjordânia, que foi morto por um civil, informou o chefe da polícia Yaakov Shabtai. O Hamas celebrou o ataque como “a primeira resposta aos crimes cometidos contra nosso povo no campo de Jenin”. A violência é cada vez mais intensa no norte da Cisjordânia, com operações quase diárias das forças israelenses. Além disso, os ataques palestinos contra israelenses também aumentaram, assim como os efetuados por colonos israelenses contra a população árabe. Desde o início do ano, a violência relacionada ao conflito israelense-palestino matou pelo menos 190 palestinos, 26 israelenses, uma ucraniana e um italiano, segundo um balanço com base em informações divulgadas por fontes oficiais. Do lado palestino, os dados incluem combatentes e civis, entre eles menores de idade. Do lado israelense, a maioria são civis, mas também há menores, e três membros da minoria árabe.
*Com informações da AFP
Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP