Desde segunda-feira, 19, equipes de resgates realizam buscas para localizar o Titan, o submersível da empresa OceanGate desaparecido em expedição ao Titanic no Oceano Atlântico. As operações de resgate lutam contra o tempo, pois a embarcação tem menos de 24 horas de oxigênio para os cinco ocupantes. Apesar de ainda não ser possível saber o que aconteceu, uma vez que a única informação até o momento foi a captação de ruídos subaquáticos, existem algumas especulações. Segundo Stefan Williams, especialista em robótica submarina da Universidade de Sidney, há três possibilidades. Na melhor das hipóteses, o Titan perdeu a capacidade de comunicação ou ficou sem energia. Nesse caso, seu sistema de emergência o lançaria automaticamente até a superfície, o que permite a localização. O segundo cenário é que o submarino desceu até o fundo do mar intacto, e seu resgate seria extremamente complicado. De acordo com Williams, há veículos de resgate capazes de descer até 6.000 metros de profundidade, mas leva tempo para transportá-los até o local do desaparecimento e depois ao fundo do mar.
O pior cenário seria um incêndio ou algum tipo de acidente que afetou a pressão interna do veículo, causando uma implosão, o que, segundo estimativas, faria com que cada centímetro quadrado do submarino estivesse sendo submetido a uma força equivalente a mais de duas toneladas no momento em que o contato com a superfície foi perdido. Isso seria “uma falha catastrófica a esse nível de profundidade”, disse o especialista.
O Titan perdeu comunicação no domingo, mas só na segunda foi reportado seu desaparecimento. A embarcação, que pesa 10.432 kg e pode atingir a profundidade de 4.000 metros, tem suporte de vida de até 96 horas para cinco pessoas, ou seja, o ‘ar respirável’ deve se esgotar na quinta-feira pela manhã. Estão a bordo: o empresário britânico Hamish Harding, Paul-Henry Nargeolet, maior especialista no naufrágio do Titanic e ex-comandante da Marinha Francesa, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Sulaiman Dawood, e o CEO da OceanGate – empresa responsável pela expedição -, Stockton Rush.
Foto: OceanGate / AFP