O Ministério Público da Indonésia pediu 12 anos de prisão para a brasileira presa no país por tráfico de drogas, descartando a possibilidade de pena de morte ou prisão pérpetua.
A audiência para as alegações finais da defesa está marcada para a próxima terça-feira (30).
Manuela Vitória de Araújo, de 19 anos, está no presídio feminino de Kerobokan.
O advogado Davi Lira da Silva disse que a família de Manuela estava apavorada, já que mesmo a Justiça entendendo que a brasileira foi usada como “mula” por uma rede de tráfico de drogas, a legislação do país para este tipo de crime é muito rigorosa.
A Indonésia é um dos 33 países no mundo que utilizam pena de morte para pessoas que cometem crimes relacionados às drogas.
Em 2015, dois brasileiros foram executados no país por tráfico de drogas:
- Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado janeiro de 2015 por fuzilamento. Ele foi preso em 2003, com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa delta;
- Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, foi executado em maio de 2015 por um pelotão de fuzilamento, 11 anos após ser preso com 6 kg de cocaína em uma prancha de surfe.
Relembre o caso
A prisão de Manuela ocorreu na virada do ano, no aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia.
O chefe da polícia de Bali, inspetor-geral Putu Jayan Danu Putra, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (27), que, inicialmente, os oficiais da Alfândega e Impostos do aeroporto suspeitaram de cidadãos brasileiros que chegaram usando um avião da Qatar Airways.
Os policiais verificaram imediatamente as duas malas trazidas pela mulher.
Segundo ele, na primeira mala foram encontrados dois pacotes de cocaína, cada um com peso líquido em torno de 990 gramas e 637 gramas.
Já na segunda mala, foram encontrados três pacotes de cocaína, cada um com peso líquido de 891 gramas, 711 gramas e 379 gramas.
O diretor de pesquisa de drogas da polícia de Bali, Kombes Iwan Eka Putra, disse que a brasileira estava sendo usada por redes de tráfico de drogas em seu país. Segundo ele, a mulher afirmou não saber quais pacotes havia nas duas malas.
(Com informações de Giovanna Bronze e Luiz Cisi)