Cruzeiro do Sul, Acre 25 de novembro de 2024 04:33

Rússia acusa EUA de planejar suposta tentativa de assassinato de Putin; Casa Branca nega

Um dia após acusar a Ucrânia de tentar matar o presidente russo, Vladimir Putin, a Rússia acusou nesta quinta-feira, 4, os Estados Unidos de estarem por trás do ataque ucraniano ao Kremlin e de outros ataques em território russo. “Sabemos que as decisões sobre os ataques não são tomadas em Kiev, mas em Washington”, afirmou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva telefônica diária. Segundo ele, os norte-americanos “decidem os alvos e os meios e Kiev executa, Kiev nem sempre tem autorização para escolher os meios”. Peskov afirmou que Moscou está “perfeitamente consciente” deste fato e que Washington tem de compreendê-lo. Ucrânia e Estados Unidos negaram envolvimento no incidente. Os ucranianos disseram se tratar de uma “encenação” para justificar uma possível escalada de sua ofensiva. Já os norte-americanos declararam não ter nada a ver com isso e falaram que o porta-voz russo está mentindo, afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, ao canal MSNBC. “Pura e simplesmente, Peskov está mentindo”, acrescentou.

O porta-voz do Kremlin afirmou que está ocorrendo uma “investigação exaustiva” sobre a tentativa de ataque com drones ao Kremlin e que a resposta da Rússia será “equilibrada e de acordo com os interesses” do país. Quanto à reação do presidente russo ao ataque, Peskov disse que, em situações extremas, Vladimir Putin “se mantém sempre calmo, concentrado e claro nas suas avaliações e ordens”. Ao mesmo tempo, indicou que o ocorrido não vai alterar os planos de Putin, que vai trabalhar hoje no Kremlin e não na sua residência em Novo-Ogaryovo, nos arredores de Moscou. Após o ataque, as medidas de segurança ao redor do Kremlin foram reforçadas e o desfile de 9 de maio na Praça Vermelha, no qual Putin discursará, permanece inalterado. Entretanto, o Ministério das Relações Exteriores russo emitiu um comunicado em que recorda que Moscou se reserva o direito de responder a tentativas de atentados na Rússia. “Estes crimes não devem ficar sem resposta. Estamos convictos de que os culpados serão encontrados e serão severa e inevitavelmente punidos”, afirma o comunicado oficial.

A Rússia pediu a outros países e organizações internacionais para que condenem as ações “criminosas” da Ucrânia e a obriguem a “cumprir as suas obrigações no domínio da luta contra o terrorismo, do direito humanitário e da proteção dos direitos humanos”. Também nesta quinta, a Rússia lançou 24 drones de ataque contra a Ucrânia, que conseguiu derrubar 18 aparelhos, anunciou a Força Aérea de Kiev. “Os invasores lançaram até 24 drones de ataque Shahed-136/131 (…) A Força Aérea da Ucrânia, em cooperação com outras unidades de defesa aérea, derrubou 18 drones de ataque”, afirma um comunicado divulgado no Telegram. Na capital ucraniana, o comandante da administração militar da cidade, Serguei Popko, disse que, de acordo com as informações preliminares, “todos os mísseis e veículos aéreos não tripulados inimigos foram destruídos sobre Kiev pelas forças de defesa aérea”. Popko afirmou que esta foi a terceira tentativa de ataque na capital em maio. “Nossa cidade não registrava tamanha intensidade nos ataques desde o início do ano”, afirmou. O comandante militar destacou que alguns destroços dos drones abatidos caíram em diferentes partes de Kiev, sem provocar feridos.

*Com informações de agências internacionais