<span;>A Ucrânia convocou uma reunião com a Rússia e outros membros de um grupo estratégico de segurança europeu para discutir as crescentes tensões em sua fronteira.
<span;>O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que a Rússia ignorou os pedidos formais para explicar o aumento das tropas na região.
<span;>Ele afirmou que o “próximo passo” é solicitar uma reunião nas próximas 48 horas para “transparência” sobre os planos russos.
<span;>A Rússia negou ter intenções de invadir a Ucrânia, apesar do acúmulo de cerca de 100 mil soldados nas fronteiras do país vizinho.
<span;>Kuleba disse que a Ucrânia, na sexta-feira (11), exigiu respostas da Rússia sob as regras do Documento de Viena, um acordo sobre questões de segurança adotado pelos membros da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que inclui a Rússia.
<span;>“Se a Rússia é séria quando fala sobre a indivisibilidade da segurança no espaço da OSCE, deve cumprir seu compromisso com a transparência militar para diminuir as tensões e aumentar a segurança para todos”, afirmou o ministro.
<span;>Algumas nações ocidentais alertaram que a Rússia está se preparando para uma invasão, com os EUA dizendo que a ação poderia começar com bombardeios aéreos “a qualquer momento”.
<span;>Mais de uma dúzia de países pediram a seus cidadãos que deixem a Ucrânia, e alguns retiraram funcionários diplomáticos da capital, incluindo os EUA.
<span;>Mas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que criticou o “pânico” que pode se espalhar por essas alegações, disse que não tem provas de que a Rússia esteja planejando uma invasão nos próximos dias.
<span;>No domingo, Zelensky conversou por quase uma hora por telefone com o presidente dos EUA, Joe Biden. A Casa Branca disse que Biden reiterou o apoio dos EUA à Ucrânia e que ambos os líderes concordaram com “a importância de continuar a buscar a diplomacia e a dissuasão”.
<span;>A declaração da Ucrânia sobre a ligação informou que o presidente do país agradeceu aos EUA por seu “apoio inabalável” e que, no final, Zelensky convidou o líder dos EUA a visitar a Ucrânia. Não houve comentários da Casa Branca.
<span;>Uma ligação de uma hora entre Biden e o líder russo Vladimir Putin no sábado não produziu avanços.
<span;>Repórteres em Kiev dizem que o pânico não se espalhou pela cidade, mas os avisos dos EUA e de outros países tiveram efeito.
<span;>Algumas companhias aéreas comerciais cancelaram voos para o país no fim de semana, enquanto a Ucrânia disse que estava comprometendo o equivalente a centenas de milhões de dólares em segurança aérea e seguro para manter as rotas de voo em operação.
<span;>Em julho de 2014, 298 pessoas morreram quando um voo da Malaysian Airlines foi abatido sobre uma região do leste da Ucrânia ocupada por forças rebeldes apoiadas pela Rússia.
<span;>Mais cedo, Ben Wallace, secretário de Defesa do Reino Unido, gerou críticas por parte da Ucrânia por comentários que fez comparando a situação atual com o apaziguamento da Alemanha nazista no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
<span;>Ele disse ao jornal “Sunday Times”: “Pode ser que ele [o presidente Putin] simplesmente desligue seus tanques e todos nós voltemos para casa, mas há um cheiro de Munique no ar”, referindo-se aos acordos de Munique que permitiram que a Alemanha invadisse os territórios da Tchecoslováquia. Essa concessão não impediu a guerra.
<span;>O embaixador da Ucrânia no Reino Unido respondeu durante sua participação em um programa de rádio da BBC: “Não é o melhor momento para ofendermos nossos parceiros no mundo, lembrando-os desse ato que na verdade não trouxe paz, mas o oposto — trouxe a guerra.”
Mas os esforços diplomáticos também continuam em outras frentes. O chanceler alemão Olaf Sholz tem reuniões agendadas com o presidente Zelensky em Kiev na segunda-feira e com o presidente Putin em Moscou na terça-feira.
O chanceler, que assumiu a liderança da Alemanha sucedendo Angela Merkel em dezembro, alertou para as graves consequências econômicas para a Rússia se ela lançar qualquer invasão, ecoando declarações de outras nações ocidentais e membros da aliança militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Mas as autoridades de Berlim minimizaram qualquer expectativa de ruptura.
Uma das exigências da Rússia é que a Ucrânia — que atualmente não é membro — nunca seja autorizada a ingressar na Otan.
A Otan e as nações ocidentais insistem que países soberanos como a Ucrânia são livres para decidir as coisas por si mesmos, incluindo potencialmente solicitar a adesão à aliança de segurança, formada em parte como um contrapeso à União Soviética após a Segunda Guerra Mundial.
A Rússia alega que o acúmulo de tropas ao longo da fronteira com a Ucrânia é um assunto seu, dentro de seu próprio território. No domingo, o alto funcionário de política externa Yuri Ushakov caracterizou os avisos dos EUA de invasão iminente como uma “histeria”.