A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou que o resultado do exame de um caso suspeito da doença da “vaca louca”, no sudeste do estado, deu positivo. Contudo, trata-se de um caso atípico, ou seja, que surge espontaneamente na natureza, de acordo com o governo estadual. Por isso, não há risco de disseminação entre o rebanho ou de contágio ao ser humano, informou a agência em nota nesta quarta-feira.
O Ministério da Agricultura também confirmou o caso e suspendeu, em uma ação preventiva, as exportações para a China. O ministério, porém, não confirma que o caso é atípico. Seguindo o protocolo sanitário oficial assinado em 2015 entre os dois países, as exportações para o país asiático serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira, de acordo com a pasta.
Mesmo o caso tendo ocorrido de forma isolada, o protocolo prevê a suspensão da exportação de tudo que é produzido no Brasil. “No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira”, afirmou o ministério, em nota.
O Brasil exportou US$ 11,8 bilhões de carne bovina fresca no ano passado. Desse total, US$ 8 bilhões tiveram a China como destino.
Em setembro de 2021, o governo federal suspendeu as exportações de carne bovina para a China após a identificação de dois casos atípicos da doença no Brasil, seguindo o protocolo com o país asiático. A situação foi normalizada três meses depois.
O Ministério da Agricultura também frisou que a confirmação do caso não afeta a carne para consumo no mercado brasileiro e nem representa risco aos consumidores.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou declarou que “todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e que o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”.
Animal de 9 anos
O ministério informou que o caso foi detectado em um animal macho de 9 anos — considerado velho quando se trata de gado — em uma pequena propriedade no município de Marabá. O governo diz que vem adotando todas as providências institucionais em favor do mercado de carnes brasileiras.
Foi feito pelo Brasil o comunicado do caso à Organização Mundial de Saúde Animal, e as amostras analisadas foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, para confirmar se o caso é atípico, de acordo com o ministério.
“O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro está realizando a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado”, diz o ministério.
Em nota, a Adepará informou “que foi positivo o resultado do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina numa pequena localidade do sudeste do Estado”.
“A sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano”, afirma o governo do estado.
Os casos de “vaca louca” são considerados atípicos quando são identificadas a partir de uma mutação num único animal. Já os casos mais preocupantes são os clássicos, provocados por problemas na alimentação dos animais, o que poderia afetar mais de um bovino por vez.
Animais mais velhos, podem contrair a vaca louca de forma atípica, mas que não causam risco de contaminação nem para o rebanho e nem para os seres humanos.
Inspeção e isolamento
Segundo o governo do Pará, a propriedade onde o caso foi identificado tem 160 cabeças de gado e foi inspecionada e isolada de forma preventiva. O exame foi realizado em amostras enviadas a um laboratório no Canadá para tipificação do agente, se clássica ou atípica.
No texto, o governo paraense informa que está em contato permanente com o Ministério da Agricultura e Pecuária e “trata do tema com transparência e responsabilidade.” O caso estava sendo investigado pelo Ministério desde o início desta semana.