Stéphane Claireaux, do partido Em Marcha, do presidente Emmanuel Macron, foi agredido por manifestantes do lado de fora de sua casa, em São Pedro e Miquelão
A classe política política francesa condenou, nesta segunda-feira, a agressão sofrida pelo deputado Stéphane Claireaux, do partido Em Marcha, do presidente Emmanuel Macron. Claireaux foi atacado, no domingo, por manifestantes que lançaram algas marinhas e pedras contra sua casa, no território francês de São Pedro e Miquelão, situado ao longo da costa leste do Canadá. A agressão foi cometida por manifestantes contrários ao passaporte da vacinação.
“Vemos a intensificação da violência contra políticos eleitos” , lamentou Macron, que, durante uma visita a Nice, chamou o ataque de “intolerável” e “inaceitável”.
Embora os rivais políticos de Macron, que ainda não confirmou sua candidatura às eleições presidenciais de abril, tenham condenado o ataque, eles também criticam declarações feitas por ele na semana passada contra os não vacinados.
“Eu não quero encher o saco dos franceses, passo o dia inteiro reclamando com a equipe de governo quando isso acontece. Mas os não vacinados, eu realmente quero encher o saco deles” , afirmou Macron em entrevista ao jornal Le Parisien, acusando quem opta por não receber as doses de uma “imensa falha moral”. “Eles vêm para minar a força de uma nação. Quando minha liberdade ameaça a dos outros, torno-me irresponsável. Uma pessoa irresponsável não é mais uma cidadã.”
Falando na rádio RMC, o deputado do partido conservador Os Republicanos Éric Ciotti pediu “punições para aqueles que usam a violência de uma forma um tanto louca, com argumentos delirantes”, mas também criticou o que chamou de “provocações” de Macron, que procuraria “conflito” por razões eleitorais.
“O presidente agiu como um incendiário em sua fala da semana passada porque atacou as pessoas não vacinadas em vez de tentar convencê-las” , afirmou a candidata presidencial do partido Valérie Pécresse, à rádio France Info.
O chefe do Partido Socialista, Olivier Faure, disse que “algumas pessoas antivacina usam as provocações do presidente para justificar sua violência”. A agressão é “absolutamente inaceitável”, disse seu homólogo do Partido Verde, Julien Bayou.