Os familiares das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense irão receber mais US$ 10 milhões do “fundo humanitário” criado pela seguradora Tokio Marine em fevereiro de 2017. O anúncio foi feito pelo Senador Jorginho Mello, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a tragédia na Colômbia em 29 de novembro de 2016.
O acordo foi selado em uma reunião com representantes da Tokio Marine e também da Embaixada Brasileira em Londres, na Inglaterra, nesta quarta-feira. De acordo com o Senador, também presente no encontro, a expectativa é que o valor total aumente para US$ 30 milhões – é de US$ 25 milhões no momento.
Dois meses após o acidente, a Tokio Marine ofereceu US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão) a cada familiar e pediu em troca que assinassem um documento de quitação que impediria qualquer ação contra LaMia e Bisa. Porém, ninguém aceitou.
Diante do cenário, a seguradora aumentou o valor para US$ 225 mil (R$ 1,2 milhão), e cerca de 24 famílias concordaram. Com mais US$ 10 milhões do “fundo humanitário”, cada uma irá receber US$ 138 mil (R$ 749 mil).
A reunião definiu ainda que as famílias que não aceitaram a proposta da Tokio Marine em 2017 vão receber o valor de US$ 363 mil (R$ 1,9 milhão) se desejarem o “fundo humanitário” neste momento.
O acidente
Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação da Chapecoense para a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín e matou 71 pessoas, entre jogadores, comissão técnica, diretoria, jornalistas, convidados e tripulação.
Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia.
O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela LaMia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até bater.