O Juízo da Vara Única de Manoel Urbano condenou dois réus por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e por integrarem organização criminosa pela morte do adolescente João Victor Sales de Lima, de 16 anos, há mais de dois anos. Partes do corpo do menor foram achadas pela própria família em um igarapé de Manoel Urbano no dia 14 de janeiro de 2020.
Na época, as polícias Civil e Militar chegaram a prender três pessoas, suspeitas de matar e esquartejar o jovem. Mas, segundo a Justiça, apenas duas pessoas foram condenadas. Os nomes dos réus não foram divulgados.
O primeiro acusado deve cumprir 25 anos, 8 meses de reclusão em regime inicial fechado e pagar 230 dias-multa. O segundo teve a pena de 21 anos, 6 meses de reclusão em regime inicial fechado e vai pagar 20 dias-multa.
Os dois confessaram que abordaram a vítima em frente à rádio e o levaram para um local afastado, onde foi informado da sentença de morte dada pela facção criminosa. Eles alegam que a vítima estava se envolvendo com a mulher de um dos membros.
Após matar o adolescente, os criminosos o esquartejaram e até hoje não foi achado a cabeça da vítima. Segundo a justiça, os dois réus agiram em conluio, de forma fria e premeditada. “O adolescente foi atacado e asfixiado com um “mata leão” até desmaiar, em seguida sofreu perfurações com golpes de faca. Depois de morto, foi esquartejado com um terçado, tendo as partes de seu corpo espalhadas”, pontuou a Justiça.
“O crime foi cometido de forma cruel, conforme pode ser identificado no modo como a vítima foi encontrada: os membros foram completamente separados de seu corpo, dedos arrancados das mãos, o tronco foi aberto e a parte das vísceras e órgãos retirados. Arrancaram a cabeça e não se sabe ao certo o que foi feito com ela, porque até o momento não foi encontrada”, descreveu a magistrada na sentença.
Os outros dois jovens também foram denunciados por terem participado da ação criminosa, mas foram absolvidos.
Família achou corpo de adolescente
João Victor estava desaparecido desde 12 de janeiro de 2020. O corpo do rapaz foi esquartejado, segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde foram colhidas as digitais. O corpo dele foi achado somente dois dias depois por familiares que faziam buscas no Igarapé São João, zona urbana de Manoel Urbano.