Cientistas italianos sequenciaram, pela primeira vez, o DNA completo de um homem que morreu na erupção do Monte Vesúvio, na cidade de Pompeia, há quase 2 mil anos. A pesquisa foi publicada nesta semana na revista “Nature”, na seção “Scientific Reports”.
O DNA sequenciado foi retirado de um esqueleto que havia sido encontrado em Pompeia em 1934. No local do achado – a “Casa do Ferreiro” – havia também um segundo esqueleto, que foi sequenciado apenas parcialmente.
Antes da descoberta, apenas pequenos trechos de DNA mitocondrial de restos humanos e animais de Pompeia haviam sido sequenciados.
Os resultados apontaram que restos mortais pertenciam a um homem e uma mulher: o homem, que teve o DNA totalmente sequenciado, tinha entre 35 e 40 anos de idade; a mulher, mais de 50. (Na foto no topo da reportagem, o homem é o esqueleto que está deitado).
As análises dos ossos masculinos também identificaram lesões em uma das vértebras e sequências de DNA que são comumente encontradas em Mycobacterium – o grupo de bactérias ao qual pertence a bactéria causadora da tuberculose, Mycobacterium tuberculosis.
O achado sugere que o homem pode ter sofrido de tuberculose na coluna, conhecida como espondilite tuberculosa.
Origens
Os cientistas também compararam o DNA do homem com o material genético de outras 1.030 pessoas da Eurásia antiga, além de 471 da Eurásia moderna.
A maioria das semelhanças encontradas foram com os italianos centrais modernos e outras pessoas que viveram na Itália durante a era imperial romana.
Por outro lado, as análises também identificaram grupos de genes mais comumente encontrados em pessoas da ilha da Sardenha, no Mar Mediterrâneo – mas não entre as que viviam na Itália durante a era imperial romana. Os dados indicam que pode ter havido altos níveis de diversidade genética em toda a Península Itálica durante esse período.
A erupção do Monte Vesúvio, que ocorreu no ano 79, no século I, foi visível a mais de 40 km de distância; mais de 2 mil pessoas morreram em consequência direta da erupção.