As autoridades ucranianas acusam as tropas russas de violarem o cessar-fogo prometido na quarta-feira, 4, para retirada dos civis da siderúrgica Azovstal, em Mariupol. “Os russos violaram sua promessa de trégua e não permitem a retirada dos civis”, afirmou um comandante do batalhão Azov, que defende o local. Centenas de pessoas estão na região e aguardam para serem evacuadas. 30 de são crianças. Desde sábado, 30, Mariupol voltou a ter operação de evacuação após ficar dias sem corredores humanitários.
O Kremlin nega que tenha violado o cessar-fogo e informou que os corredores humanitários estavam funcionando. “Os corredores estão funcionando hoje”, declarou o porta-voz Dmitri Peskov. Mariupol é uma das cidades mais afetadas pela guerra entre a Rússia e Ucrânia que já chega ao seu terceiro mês, e está completamente destruída. O local é importante para as estratégias de Vladimir Putin para bloquear o acesso ucraniano ao Mar de Azov e construir uma ponte terrestre para a região da Crimeia, anexada desde 2014. Os países ocidentais afirmam que no dia 9 de maio – feriado para os russos desde o fim da Segunda Guerra Mundial quando venceram o exército nazista -, Putin vai utilizar a região para mostrar alguma vitória nesta guerra e vai realizar um desfile militar.
Na quarta-feira, 4, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para salvar os feridos bloqueados na siderúrgica Azovstal, onde se entrincheiraram os últimos resistentes à invasão russa de Mariupol junto a dezenas de civis. “As pessoas que se encontram no local correm risco de vida. Pedimos que nos ajude a salvá-las”, disse Zelensky a Guterres por telefone, destacando a necessidade de ajudar na retirar todos os feridos de Azovstal.