Cruzeiro do Sul, Acre 23 de novembro de 2024 15:33

AC quer imunizar 136 mil contra a Covid-19 em quatro fases da campanha do Ministério da saúde

Plano só vai ser colocado em prática após aprovação da Anvisa e liberação das doses. Por enquanto, não há nenhuma vacina autorizada para uso. Ministério da Saúde divulgou plano de previsão de imunização com público-alvo. Com a divulgação do plano do Ministério da Saúde para aplicação da vacina contra o novo coronavírus, o Acre se programa para imunizar 136 mil pessoas nas primeiras quatro fases da campanha de imunização. A informação foi confirmada ao G1 pela gerência do Núcleo do Programa Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). O Ministério da Saúde divulgou, na terça-feira (1), os primeiros pontos da estratégia “preliminar” para a vacinação da população contra a Covid-19. De acordo com a pasta, o plano será dividido em quatro etapas. • Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. • Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos. • Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares). • Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade. Apesar da divulgação preliminar do MS, o governo federal destacou que o plano de imunização só ficará pronto quando houver vacina registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O que temos agora baseada nas quatro fases que vão ser trabalhadas é quem é o público prioritário, então, a priori, o Acre vai trabalhar a imunização de 136 mil pessoas nas fases. A princípio, temos esses públicos a serem trabalhados, mas podem sofrer alterações, inclusive, na ordem dessas fases porque a gente trabalha com perfil epidemiológico. Aqueles que estão sendo mais acometidos e com mais risco de morte vão ser trabalhados”, explicou a gerente do núcleo do PNI no Acre, Renata Quiles. Na quarta-feira (2), o Acre confirmou mais 183 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria estadual de Saúde (Sesacre). Assim, o número de infectados saiu de 36.563 para 36.746. Mais uma morte foi registrada nas últimas 24 horas. O número de vítimas agora é 727 em todo o estado. Há 414 exames de RT-PCR aguardando análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen) ou pelo Centro de Infectologia Charles Mérieux. No total, 31.908 pessoas receberam alta da doença. Previsões Renata acrescentou que as previsões do Ministério da Saúde são de que até o final de janeiro de 2021 já se tenha definido qual vacina será distribuída no país. Se a previsão se concretizar, o Acre deve iniciar a imunização no público prioritário no início de fevereiro. “Em fevereiro, provavelmente, a gente já vai estar trabalhando com essa primeira fase, que são os idosos acima de 75 anos, trabalhadores da Saúde e indígenas. Acredito que, por ser um público relativamente pequeno no Acre, estamos falando na fase um de 40 mil pessoas, e por ser uma vacina que em si traz uma demanda urgente, não vamos ter que implorar para a população procurar. A população vai procurar de forma rápida”, destacou. Conforme a profissional, as equipes podem iniciar a imunização do segundo público-alvo ainda em fevereiro, dependendo da demanda. Se tiver doses disponíveis, Renata frisou que o estado pode antecipar as etapas da campanha e imunizar a população “Se a gente tiver doses suficientes para iniciar a segunda fase, pode ser que na primeira quinzena a gente já esteja iniciando a fase dois. Vai ser de acordo com eu alcançar o público da fase um e já ter dose disponível para a fase dois. Não temos interesse em prolongar essa vacinação, sabemos que quanto mais cedo iniciarmos mais cedo o organismo vai dar resposta e vamos ter menos pessoas suscetíveis na comunidade”, afirmou. Reforço A gerente contou também que, desde o início da pandemia, o Acre vem se preparando e reforçando equipamentos e estruturas para imunizar a população. Segundo ela, o estado já adquiriu 19 câmeras refrigeradas para armazenar a vacina em grande quantidade quando for disponibilizada. “Desde o início do ano, quando foi instalada a situação da pandemia, o Estado veio, primeiro, modernizando a rede de frios, que é de nossa competência, para ter capacidade para armazenar as vacinas em grande quantidade. Então, recebemos de março para cá 19 câmeras refrigeradas novas para termos a capacidade de armazenar as vacinas”, reforçou. Outra questão que tem sido trabalhada nesse período é a parceria e o repasse de informações com os municípios das equipes do estado. Renata acrescentou que foi pedido aos municípios que já antecipem a compra de insumos usados na vacinação, treine e capacite novos profissionais de saúde disponíveis para as ações. “Já estávamos preparando, antes de tudo ser fechado, a questão de capacitação nos municípios para atualizarem os vacinadores que trabalhavam na imunização bem como capacitar novos profissionais para trabalharem com a vacina, não foi possível a realização dessas ações, justamente para evitar aglomerações, então, tivemos alguns encontros via web para atualizar os profissionais na forma de abordagem, como seria a forma de administração da vacina”, revelou. Ainda segundo a gerente, o PNI vai aguardar as transições de governo nas cidades, mudanças de gestores e equipes para capacitar novos profissionais para trabalhar na imunização. Porém, a orientação é de que as prefeituras não troquem, até iniciar a imunização da população contra a Covid-19, os coordenadores e responsáveis por essas ações. “Vai ser um momento de uma nova vida para a imunização a partir de janeiro. A gente tem muitos profissionais de saúde nos municípios que são efetivos, os coordenadores de imunização hoje são efetivos das prefeituras e temos trabalhado, apesar de que pode mudar os gestores, essa comunicação direta de que evitem a troca nesse início de campanha da vacina porque já é difícil trabalhar com vacina mesmo com quem já tem anos de experiência. Isso dificultaria muito o trabalho do município e isso não é interesse nem do gestor que está saindo e nem do que está entrando”, aconselhou. A gerente confirmou que não há nenhuma informação sobre qual vacina deve ser disponibilizada e que a saúde aguarda as orientações e confirmações da Anvisa, responsável por aprovar o plano de imunização e da vacina adequada. “A gente está, desde o início, pautado para ser trabalhada a da Fio Cruz, mas ainda estamos aguardando que uma outra vacina possa ser aprovada na frente, porque a ideia é a pressa, a vacina que for aprovada pela Anvisa, detectada a segurança na vacina, a que primeiro for aprovada é de interesse do Ministério da Saúde para ter agilidade para que as pessoas possam se imunizar de forma mais rápida possível, porém, como tudo ainda aguarda a aprovação da Anvisa, nós não recebemos oficialmente qual será a vacina”, concluiu. Fonte: G1 Acre Por Aline Nascimento