Cruzeiro do Sul, Acre 7 de junho de 2025 11:44

Menina aguarda cirurgia há quase 10 anos pelo TFD em Cruzeiro do Sul

Uma menina de apenas 9 anos, vive há quase dez anos à espera de uma cirurgia. Desde que tinha três meses de idade, sua mãe, Janderlane Freitas, moradora do município de Rodrigues Alves, deu entrada no Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para que a filha pudesse ser operada em Rio Branco. No entanto, o procedimento vem sendo adiado sucessivamente, e a criança enfrenta dores diárias e limitações severas.

De acordo com a mãe, o problema da criança é um cisto na região íntima, que provoca dores intensas no pé da barriga, líquido descendo e, recentemente, dores em uma das pernas que já dificultam sua locomoção. “Ela sente dor o tempo todo, não come direito, não sente fome e agora começou a sentir uma dor na perna que impede até de andar direito”, relatou Janderlane.

A mãe conta que, desde o primeiro encaminhamento, a situação se repete: os exames pré-operatórios são feitos de forma particular, por falta de atendimento público. Cada exame custa em média R$ 200 e, muitas vezes, perdem a validade antes da cirurgia ser agendada. “Minha mãe é quem paga, porque eu só recebo o Bolsa Família. Já fiz o exame duas vezes, mas como o prazo é de 15 dias e eles não ligam, o exame vence e tem que fazer tudo de novo”, desabafou.

Mesmo após anos de espera e idas a Rio Branco, a cirurgia ainda não foi realizada. Janderlane explica que, em Cruzeiro do Sul, o setor do TFD apenas entrega a passagem e que a decisão depende da Central em Rio Branco, onde, segundo ela, não há retorno concreto. “Já fui em tudo quanto é canto, e o que eles dizem é que só podem ligar pra eu pegar passagem, o resto é com eles lá em Rio Branco”, afirmou.

A situação já comprometeu a rotina escolar da criança. Segundo a mãe, a menina já desmaiou na escola e frequentemente precisa ser retirada das aulas devido às fortes dores. “O pessoal da escola já me liga direto pra ir buscar ela porque não aguenta de dor.”

Diante do descaso, a mãe faz um apelo aos órgãos de saúde e às autoridades. “Eu queria que olhassem pra minha filha, ela sente dor, não se alimenta direito, já passou mal várias vezes, e ninguém resolve. Já são quase dez anos esperando. Só peço uma resposta.”

Para ajudar a custear as despesas com exames, alimentação e transporte em Rio Branco, a família disponibilizou uma chave PIX no nome da avó da criança, Maria Janilssa Abreu de Freitas: 68 99201-1218.

Por telefone, a equipe de reportagem do Sistema Juruá de Comunicação entrou em contato com a coordenadora da Secretaria Estadual de Saúde do Juruá, Diane Carvalho, que ela e está em Feijó, no Acre, participando de um treinamento, mas informou que sua equipe de complexo está verificando a situação e que posteriormente será repassada para a nossa reportagem.