O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um novo relatório nesta terça, 19, no qual revisa a previsão de crescimento mundial, incluindo o Brasil, que viu sua perspectiva melhorar. De acordo com o órgão, a economia brasileira deve avançar 0,8% em 2022, ao invés dos 0,3% previstos em janeiro. O fator para a nova previsão foi a alta nas commodities, principalmente combustíveis e alimentos – outros países que os exportam também devem crescer mais que o projetado. Por outro lado, o órgão alertou que a inflação deve seguir alta, em torno de 8,2%, assim como o desemprego, projetado para 13,7%. Com esses problemas, o FMI revisou para baixo a previsão de crescimento do país em 2023, de 1,6% para 1,4%.
“O Brasil tem um dos números mais baixos em nossa projeção de crescimento para a região. A maior parte disso se deve a um ciclo agressivo de aperto por parte do Banco Central do Brasil para conter as pressões da alta de preços. Ao mesmo tempo, o Brasil é um exportador de petróleo e está se beneficiando do aumento de preços de petróleo e energia. Então, há uma revisão para cima”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, diretor de pesquisa do FMI, em entrevista coletiva. A previsão é de que o PIB da América Latina e Caribe como um todo avance 2,5%.
Por outro lado, a projeção de crescimento da economia global foi cortada de 4,4% para 3,6%, principalmente como efeito da guerra na Ucrânia. A Rússia, alvo de diversas sanções econômicas dos países ocidentais, deve ver seu PIB recuar 8,5%, enquanto o cálculo é de que o da Ucrânia caia 35% – embora o próprio FMI admita que é difícil prever o impacto da morte de milhares de pessoas, fuga de milhões e destruição da infraestrutura. A guerra também causou um aumento de inflação através do aumento dos combustíveis – a Rússia é grande produtora de petróleo e gás natural. Outro possível entrave são os lockdowns realizados na China para conter o espalhamento da Covid-19, que podem afetar as cadeias globais de suprimentos.